64s2x

Ms de junho ocorreu XII semana antidrogas no Brasil, o assunto foi debatido por autoridades, especialistas e a sociedade organizada, com a inteno de tentar entender e encontrar sadas para o combate droga que vem devastando a sociedade brasileira. O quadro preocupante, o momento urgente, infelizmente estamos perdendo o combate contra o crack e temos que rapidamente nos organizar com medidas eficazes para o enfrentamento da situao.

Estive em Campo Grande junto com a direo do Amor-Exigente para recebemos o premio que nos foi concedido merecida mente pelos servios que temos prestado no tratamento, recuperao e reinsero social da pendncia qumica, drogas licitas e ilcitas. Nossa representante, Maria Bernadete vila Zaher, tem uma atuao importante do programa Amor-Exigente em Mato Grosso do Sul.

O Amor-Exigente vem fazendo uma verdadeira revoluo na sociedade brasileira. Nesse evento tive a oportunidade de assistir a uma palestra de uma psicopedagoga de So Paulo, Doutora, Suzane Duppong, ela tem um trabalho reconhecido pela ONU (Organizao das Naes Unidas) como fundamental para o combate ao Crack em So Paulo e no Brasil.

O trabalho estruturado por ela tem um raio de ao extenso, ele desenvolvido nas crocolndias, que so muitas espalhadas pela cidade de So Paulo, assim como nas FEBEM (Fundao Estadual para o Bem Estar do Menor) e escolas, um trabalho que atinge a todos os faixas etrias e todas as camadas socioeconmicas, um trabalho de tratamento e preveno em relao s drogas.

A palestra da Doutora, Suzane foi focada principalmente no tema; proliferao do crack no Brasil, infelizmente so dados alarmantes, ela revelou que crack hoke a 3 droga mais consumida no Brasil, s perdendo para a maconha e a cocana, o aumento do consumo em todos as camadas da populao de 225%, um numero assustador que preocupa muito. Outro fator alarmante em relao proliferao do crack e seu grau de abrangncia em nvel socioeconmico, a droga hoje muito mais consumida pela classe mdia, isso se constata nas clinicas de recuperao e comunidades teraputicas, de 10 internos 7 so provenientes do uso do crack. So pessoas de boa situao econmica, ou seja, o crack inverteu o processo, conseguiu infiltrar em todos os seguimentos sociais como uma droga silenciosa e sorrateira destruindo vidas e famlias.

Outra questo debatida pela doutora em sua palestra foi logstica da droga, os traficantes se qualificaram e hoje existem ate servios de entregas do entorpecente, servio disques crack, onde motos vo entregar as drogas aos consumidores, abastecendo o mercado da droga, uma verdadeira calamidade pblica, estamos impotentes diante do contexto.

uma droga que no tem signo e smbolo, o crack consegue derrubar todas lgicas de compreenso de sua proliferao social, como disse a doutora Suzane, uma droga que deixou de atingir o pai rico e ou a atingir a me pobre, uma situao em que o usurio (filho) rouba e obriga a me a dar seus cinco reais para comprar o folho comprar a droga, no h limites para conseguir a droga, temos a convico que se algo no for feito com urgncia vamos estar entregues ao descrdito para combater esse inimigo to poderoso.

E para fechar o que foi explanado na palestra, vamos falar sobre o poder devastador das consequncias fsicas e psicolgicas que o crack causa: o crack o que sobrou da cocana que misturada com outras substancias qumicas na sua composio final, isso jogado no organismo provoca leses neurolgicas irreversveis levando a morte em poucos anos, sem falar no seu poder de dependncia psicolgica, tendo o usurio que usar a droga varias vezes ao dia, o comeo do efeito demora de alguns segundos at dois minutos, chega ao final do efeito no Maximo em 15 minutos, para se ter uma idia, a cocana demora tem efeito de 40 minutos a 2 horas, isso mostra que o usurio do crack tem que comprar a droga varia vezes e us-la para aliviar a fissura (desejo da droga) em ciclo interminvel que leva a morte prematura.

O que ficou bem compreendido que estamos envolvidos em uma luta com um inimigo poderoso e articulado, que destri vidas e famlias precocemente, as cracolndias vo aumentando, como relatou a doutora Suzana, s fazer uma visita a elas e ver as pessoas estendidas no cho praticamente mortas, com consequentes cenrios de homicdios, roubos, prostituio, verdadeira convulso social que acabamos vivenciando neste sentido.

S existe uma maneira de combater esse quadro: fazer um grande pacto entre os poderes constitudos, entidades e sociedades organizadas, uma grande coalizo social com polticas pblicas planejadas que envolva a sociedade fazendo a preveno atravs de duas diretrizes bsicas: a promoo da estruturao da famlia junto com a espiritualidade, buscando nos fortalecer em nossas bases, o momento critico mais as solues esto em nossas mos, vamos colocar em prtica e nos mobilizar para podermos celebrar a vitria da vida sobre a dor e o sofrimento.

Jos Magno Macedo Brasil,
Psiclogo com Especializao em Abordagem em Psicanlise