Aps a cirurgia para colocao de um cateter, o presidente afastado da FFMS (Federao de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezrio, de 77 anos, j teve alta e est cumprindo priso domiciliar em Campo Grande nesta sexta-feira (7).
Segundo a defesa de Cezrio, Andr Borges, o ex-mandatrio do futebol de MS colocou tornozeleira eletrnica e est em casa. Vale lembrar que Cezrio teve um princpio de infarto nesta semana e precisou ser internado no Hospital da Cassems.
Enquanto estava internado, Cezrio conseguiu na Justia liminar para cumprir a priso em casa. Agora que teve alta e que colocou a tornozeleira, foi para casa. A cirurgia para colocao do cateter aconteceu na quinta-feira (6).
Cezrio teve dois pedidos de liberdade negados
Antes de conseguir liberdade, a Justia negou por duas vezes os pedidos do presidente afastado da FFMS. Ele foi preso no ltimo dia 21 de maio, durante a Operao Carto Vermelho.
Outras seis pessoas so acusadas pelo Gaeco (Grupo de Atuao Especial de Combate ao Crime Organizado) organizao que desviou mais de R$ 6 milhes da FFMS entre 2018 e fevereiro de 2023.
Os recursos eram provenientes de rees do Governo do Estado e da CBF (Confederao de Futebol). Grupo de Cezrio desviou mais de R$ 6 milhes.
Conforme informaes do Gaeco, o grupo liderado por Francisco Cezrio realizava pequenos saques de at R$ 5 mil para no chamar ateno dos rgos de controle. De setembro de 2018 a fevereiro de 2023, foram identificados desvios que superaram os R$ 6 milhes.
Morte da irm e princpio de infarto
Enquanto Cezrio estava preso, a irm Maria Roza de Oliveira morreu em decorrncia de uma pneumonia aos 81 anos. Aps a morte, Cezrio sofreu um princpio de infarto.
Com isso, foi encaminhado ao hospital e ou por procedimento cirrgico. Depois, permaneceu internado e no pode comparecer ao velrio da irm.
Lavagem de dinheiro
Denunciado por desvios de R$ 10 milhes da FFMS, o grupo de Cezrio utilizava prticas comuns em organizaes criminosas para ocultar origem ilcita de dinheiro: smurfing e layering.
Assim, conforme denncia do MPMS (Ministrio Pblico de Mato Grosso do Sul), uma das formas de driblar o controle istrativo das instituies financeiras era o ‘smurfing’.
Trata-se de pequenos saques com valores no superiores a R$ 5 mil. “Somente nos ltimos anos foram distribudos mais de R$ 2.000.000,00 (dois milhes de reais) em dinheiro vivo, oriundos de saques de pequeno valor, cuja prtica conhecida como ‘smurfing‘”, diz a denncia.
Isso porque, esse valor considerado baixo e escapa do rastreio da Receita Federal e do Coaf.
J o layering prtica conhecida para lavagem de capitais, que consiste na ocultao da origem do dinheiro.
Relatrio da Receita Federal detectou que entre os anos de 2019 e 2022, Aparecido Alves Pereira, o Cido – que ex-funcionrio da FFMS e fazia parte do esquema -, movimentou cerca de R$ 1,1 milho.
No entanto, ele no declarou rendimentos tributveis em sua declarao Receita, assim como no indicava vnculo trabalhista.
“Havendo, portanto, fortes indicativos de que a sua conta usada apenas para agem de valores, dissimulando assim o real destino do dinheiro desviado, em prtica configuradora de lavagem de capitais”.
Assim, o Gaeco concluiu que a conta bancria de Aparecido era usada para receber os valores que, depois, seriam partilhados com o restante do grupo.
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