Em 2019, praticamente na mesma poca, o Morro do Ernesto (atrativo para quem gosta de aproveitar a natureza na regio de Campo Grande) precisou fechar as portas com o perodo de seca. Agora, cinco anos depois, a deciso de “acabar” com os eios temporariamente foi retomada com o olhar de que a situao ainda pior e alertando sobre como a mudana climtica e os incndios no so, e nunca foram, brincadeira.
Para quem mora na Capital, os grandes incndios podem at parecer algo um tanto quanto distantes. Mas desde o ar com indicativos de poluentes at a falta do cu azul e o “desaparecimento” do pr do Sol caracterstico de Campo Grande (que sempre rende uma srie de fotografias) indicam como o cenrio realmente segue piorando ano a ano graas unio entre queimadas e mudanas climticas.
“As cachoeiras foram afetadas, o volume da gua do rio est baixo. Onde tnhamos queda d’gua com certo volume, agora est mais fraco. O cenrio em geral de tristeza, imagina a dificuldade dos animais silvestres em conseguirem alimentao, as rvores secas, sem folhas. todo um sistema que sofre. Desde os pssaros at o gado, todos padecem”, resume o proprietrio do Morro do Ernesto, Gustavo Barcelos.
Com isso em mente, o proprietrio define a deciso como consciente tanto ao pensar no bem-estar dos frequentadores quanto da necessidade da prpria natureza se recuperar. “Comeamos a observar que aquela chuva que ocorreu antes do feriado de aniversrio de Campo Grande no foi suficiente para mudar o cenrio. O pasto continuou seco e o frio intestino causou a queima da vegetao em alguns pontos. Ali comeamos a ventilar a ideia de fecharmos”.
Ao comparar 2024 com 2019, ele explica que a seca tambm havia sido intensa anos atrs, mas que a atual ainda mais dolorosa.
“Naquele ano, tivemos algumas agens de frentes frias que chegavam at a nossa regio, causavam nebulosidade e vinha alguma umidade. Este ano no, a umidade est muito baixa, em 13% e, s vezes, em 11%”.
E, para quem j est se perguntando sobre quando as portas do atrativo devero se abrir, difcil definir considerando que os ciclos da natureza ficam cada vez mais distantes de uma previso regular.
O proprietrio comenta sobre como os avs costumavam falar sobre como certas pocas traziam chuva, seca, ventos, frio e calor. “Agora, voc no capaz de prever nada. Faz frio no vero, faz calor no inverno e fica difcil prever qualquer cenrio”.
De forma geral, ele avalia que fechar o atrativo momentaneamente serve como uma forma geral para que todos pensem sobre o cenrio.
“ justamente para preservar tudo o que temos ali. Dar um tempo para a natureza buscar seu ponto de equilbrio, digamos assim, respirar tranquilamente aguardando a chuva que vida. Quando se v a devastao das queimadas l no Pantanal, a quantidade de animais mortos, outros tantos que ficam feridos, voc pensa o quanto de tempo que ser necessrio para tudo isso voltar a ser como era antes. E muitas vezes nem vai mais voltar a ser”, pontua.
Por Aletheya AlvesCREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
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